quinta-feira, maio 26, 2022

NÚCLEO (Augusto de Lanóia)

Há muito o tempo quem dita as regras não é a alma, não é o corpo, não são os músculos.

Há muito tempo quem dita as regras é nosso CORE... o nosso NÚCLEO... o nosso CENTRO!

A única certeza são das incertezas do dia-a-dia...

Das indecisões ridículas, das infestações hipócritas... das desilusões perversas....

Da cumplicidade do fim e também da esperança do sim!


Há muito o tempo quem dita as regras não é a alma, não é o corpo, não são os músculos.




sábado, novembro 20, 2021

Riso frouxo (Augusto de Lanóia)

Nem vem tentar me tirar o riso frouxo

Só porque deitei-me ao lado teu 


É nesse colchão do agora que iluminado o riso está 

É gargalhada constante e um desejo de ficar. 

Nesse dia estreante sem querer um raiar


Mas é visível um pesar em meu preciso ir-me agora

Sem adeus de despedida e sem demora


Por isso volte a dormir tranquila porque não existe um vou-me embora.


Ah... sorriso desgraçado de um não te largo...

sábado, setembro 25, 2021

Você me bagunça (Augusto de Lanóia)

Você me bagunça a cabeça 

Sem tocar em nenhum fio de meu cabelo

Mas não importa o que aconteça

Sem emoção, que é a razão do meu apelo

Não haveria corpo vivo nem tão pouco um pesadelo

Só haveria rastro de um tornado que nem sabemos de onde veio

Mas que deixou um querer mais nesse louco devaneio 

Talvez seja essa a forma de se alimentar esse crescente anseio

E não se nebular esse desejo de sempre se ter um adorável veroneio.



quinta-feira, junho 17, 2021

INCERTEZAS (Augusto De Lanóia)

São tantos dias de incertezas, que a própria certeza já não me cabe.

Nem a saudosa e recorrente imensidão busca me buscar.


Suposição da velha rotina ou, talvez, quem sabe... do próprio "quem sabe"!?

Ou da incerta certeza que me vale!?


Saudade de ti meu velho!

Meu espelho certo em meus piores momentos incertos!







segunda-feira, junho 14, 2021

Cultivando as noites (Augusto de Lanóia)

 Eu cultivo a noite como quem estivesse inalando o ar em seus pulmões pela primeira vez.

 A amplitude e o vasto silêncio da noite, soam para mim quase como um abrigo, protegido de todos os males do mundo. 

Eu venero a noite como alguém nu, que ajoelhado, reza por clemência após a embriaguez. 

Eu confio a ela minha nudez, como um guardião atento a todos. Eu escuto e entendo todas as suas dores e súplicas por entre as luzes artificiais. 

A noite brilha em seu próprio breu, inquieto e polido. E mesmo ela não estando quente, estará sempre presente e ao meu dispor, de forma recorrente.

Mas quando ela cansar... Que amanheça lentamente desse sonho esquecido de quem mente

Seja por acaso ou de repente.

Mas que respire só amor, bem permanente a mente sem dor!






terça-feira, dezembro 01, 2020

Gangorra (Augusto de Lanóia)

 Ah! Essa gangorra sem fim

Três dias bons, outro dia ruim


Ah! Essas noites sem fim

Duas ajoelhados, três com querubins


Da sala faço um quarto, 

Do quarto o meu fogão

Do espelho o meu  retrato

Do luar a solidão


E não importam as luzes da cidade

Se não se valer da simplicidade

segunda-feira, agosto 17, 2020

Síntese da felicidade (Carlos Drummond de Andrade)

Desejo a você

Fruto do mato

Cheiro de jardim

Namoro no portão

Domingo sem chuva

Segunda sem mau humor

Sábado com seu amor

Filme do Carlitos

Chope com amigos

Crônica de Rubem Braga

Viver sem inimigos

Filme antigo na TV

Ter uma pessoa especial

E que ela goste de você

Música de Tom com letra de Chico

Frango caipira em pensão do interior

Ouvir uma palavra amável

Ter uma surpresa agradável

Ver a Banda passar

Noite de lua Cheia

Rever uma velha amizade

Ter fé em Deus

Não Ter que ouvir a palavra não

Nem nunca, nem jamais e adeus.

Rir como criança

Ouvir canto de passarinho

Sarar de resfriado

Escrever um poema de Amor

Que nunca será rasgado

Formar um par ideal

Tomar banho de cachoeira

Pegar um bronzeado legal

Aprender um nova canção

Esperar alguém na estação

Queijo com goiabada

Pôr-do-Sol na roça

Uma festa

Um violão

Uma seresta

Recordar um amor antigo

Ter um ombro sempre amigo

Bater palmas de alegria

Uma tarde amena

Calçar um velho chinelo

Sentar numa velha poltrona

Tocar violão para alguém

Ouvir a chuva no telhado

Vinho branco

Bolero de Ravel

E muito carinho meu.