terça-feira, abril 21, 2020

Soneto do esquecimento (Augusto de Lanóia)


Não te basta surgir em mim como fuga em ti
Não me basta ouvir em ti o que já sei de mim
Não te iludas na arrogância do já vivi
É aprendizado, é vida! É luta sem fim

A dor inevitável é uma platéia que assiste
Ao roteiro doloroso que nos sufoca o suspirar
E no sentido mais vil que ainda insiste
Esquecemos de adorar as vibrações só por vibrar

É quase um toque de sí na própria dor
Sem clarões fortes ou certezas delirantes
Quem sabe apenas uma busca por encanto

Teu ato falho é não se ver o que foi antes
Forçando a imagem da beleza em teu recanto
Que só te encobre o caminhar do próprio amor.

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