quarta-feira, abril 22, 2020

Eis que me apresento (Augusto de Lanóia)

Não sei por onde anda esse tempo que voa distante de mim
Tão inquieto e silencioso como o breu de noites sem fim

E é na solidão de um errante nato
Que apodrece o guerreiro se entregando ao incerto

Já não sei em que passo me perdi da sua mão
Já não sei o que me basta no tudo que se presta
Pois nesse rasgo do tempo
No mergulho até o fundo
Ouço gritos calados dentro do meu coração

Apedrejando o que me falta e rejeitando o que já me tem
Sem desistir sigo almejando o que posso pois meu desejo vai pra lá do além

Talvez seja um sonho ou talvez apenas ilusão da prorpia vida em si mesma, pois nao ter as respostas é o abandono do tempo em sí mesmo

E permitir-se invasoes, agravantes do que não me peço
Muta tudo nos campos da imensa terra de angústias

Me resta então analisar o passo em falso
E o que passou despercebido nesse tempo disfarçado

E o tempo vai se indo no logo mais
Bem ali... no logo ali..
Repetidamente no clarão de uma rajada ruim.


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