quarta-feira, dezembro 18, 2019

Voar ou andar? - Augusto de Lanóia

Vejo formas disformes pelo vidro opaco da janela .
Mulheres nuas, anjos cadentes, espiões na espreita, velhos doentes

Sexo sujo, dormentes sombrios, impávidos duendes, crianças com frio

Famintos em súplica, cigarros manchados, reflexos sem donos, mãos e pés calejados...

Aos sons no fundo de  tudo, ao longo horizonte distante, um bater de asas gigantes sem forma ou olhar...

Seria um passado distante? Um presente gritante ou um passar sem notar?
Seriam asas gigantes de um esquecido e velho voar ou apenas uma invenção infantil de um ja tão confuso andar?


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