sexta-feira, dezembro 21, 2007

Cálice ou ceda.

CALE-SE!
De ouro ou de prata
De vinho ou de sangue
De barro ou de água

Não diga nada
Berre: CALE-SE!
De marfim ou de lenha.

SEDA
Teu pano para meu corpo
Teu corpo para
Deliciar-me em teu pranto.

O teu amor parece real
Idade de ser tudo o que quer
O teu corpo que canta feliz
Cidade do teu bel prazer.

Quero um banho
Um perfume
E uma cama

Não me ofereça um ranho
Um estrume
E uma lama

Choro porque hei de chorar
Dos mais altos no ar rarefeito
E do teu costume de me negar
Este corpo belo e perfeito

CÁLICE
Não quero ouvir tua voz
CEDA
Tão lisa quanto nós

Como é bom te ver assim
Amordaçada pela verdade
Tão perto do fim
Tão longe da imunidade

Você pensa que me manda
Coitada acha que é dona
Do desejo que ainda anda
De ter ver em fria lona.

Um dia falarei ao teu ouvido
Como num grito apavorante:
CALE-SE!

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