Achei-a num desvão escuro do caminho
E os braços me abriu, com amor e sem assombro
Tomei-a, desde então, exausto sobre o ombro
E arrasto-a com langor na estrada onde caminho
Tropeço em cada pedra, sangro em cada espinho
Deixo um rastro de sangue e de escombro em escombro
Prossigo, sem gemer, mas, se o semblante ensombro
Entre os braços me aperta à guisa de carinho
E hei de morrer assim, num laço bem estreito
Unido rosto a rosto, unido peito a peito
E, apertando-a, sentir-me entre os seus membros nus
O povo há de dizer, vendo nossos abraços
- Não sei se ele morreu com uma cruz nos braços,
não sei se ele morreu nos braços de uma cruz
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Alguém sabe o autor dessa poesia? Acho que é Jorge Faleiros, mas não tenho certeza!
Há muito tempo eu a li, mas esqueci seu nome.
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